quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Ele prometera. As palavras, contudo, fluíam de sua boca, elogios sutis, carícias derramadas sobre outros ouvidos, os beijos apenas desejados. Ela era seu pão de todo dia, a mulher de sempre, seu sexo banal e casual: frequente demais para ser lembrada, presente em excesso para o nascer da vontade. Cristal rompido, cacos sonoros estalando pela sala empoeirada: para quem se conhecera pelas cartas de amor, a traição das palavras era a mais certeira. Contudo, a estabilidade e os pesos mútuos: continuou onde estava e seus pés aprenderam a se equilibrar entre os pedaços do vaso partido.
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Melhor ser a outra do que ser sempre a mesma, sempre.

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