terça-feira, 15 de dezembro de 2009

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Caderno em branco por estrear: um novo ano se aproxima, em meio ao ranço de amores na corda-bamba, tão propensos à queda e ao descanso. A aprendizagem da morte a cada dia: a solidão veio me cercando devagar, me dizendo ser inútil tanto esforço, tanta ladainha – não nasci para famílias perfeitas, melhores amigas, nem para ser mera companhia. O ano que passou me cercou de inimizades conquistadas obscuramente, da hipocrisia cotidiana, me lembrando a todo momento o quanto não sou inesquecível. Não marco nenhuma vida – sou volátil como os momentos breves, e nem sequer digna de foto de recordação. Que o ano novo se aproxime com todo seu esplendor e frescura – como boa espectadora, me resigno ao teatro infame, enquanto não sobrevém o ato final.



PUBLICADO - LIVRO DA TRIBO 2011

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