sexta-feira, 14 de agosto de 2009

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Não me ofereça a passagem se quer olhar meu rebolado; não me venha com flores metaforizando sexo e nem com esse olhar insistente de quem escolhe o melhor pedaço de carne no açougue. Eu não sou flor que se cheire nem mulher à moda antiga: não lavo, não passo, não cozinho - muito menos para os outros. Trabalho mais que você, ganho menos, mas os tempos mudarão. Enquanto isso, esconda seu anacronismo no meio das cuecas (que você mesmo lavará) porque eu decido quem vai para a minha cama, por quanto tempo e em troca do quê.

PUBLICADO - LIVRO DA TRIBO 2011

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